A arquitetura do futuro consistirá em recriações da natureza?
Será o futuro da arquitetura o de recriar a natureza?
A preocupação com uma arquitetura mais sustentável e responsável ecologicamente torna-se cada vez mais forte. Atualmente, o ser humano percebeu que em suas mãos está a preservação ou a destruição do meio ambiente. E por consequência a manutenção da vida.
E isso reflete no processo de criação de novos projetos dos arquitetos. Tanto que, aparentemente, o futuro da arquitetura visa a recriação do habitat natural do homem. Embora os termos arquitetura bioclimática ou bioarquitetura sejam recentes, a arquitetura projetada em concordância com a natureza não é uma novidade. Inclusive, ao observarmos os prédios da antiguidade, veremos que esta tendência remonta há muitos séculos.
ARQUITETURA EM SINTONIA COM A NATUREZA NA ANTIGUIDADE
Os antigos construtores eram bastante respeitosos para com o ambiente natural. Eles entendiam a dependência do meio para sobreviver e a arquitetura já era entendida como uma imitação da natureza.
Muitas das grandes construções antigas, portanto, foram construídas para honrar o sol, a chuva ou os animais. Persas, fenícios, egípcios, saxões, maias, incas aproveitavam as condições naturais. Seus edifícios eram integrados à topografia, hidrografia e ao meio ambiente de modo geral.
A partir do momento em que o homem se tornou o centro do universo, a arquitetura gradualmente se distanciou da natureza. Ademais, esta condição se acentuou após a Revolução Industrial quando para o homem o ambiente natural, de recinto sagrado, foi reduzido a mero fornecedor de matérias-primas.
Apesar de desde o início do século passado Frank Lloyd Wright, Louis Kahn, Alvar Aalto, JornUtzon, Lina Bo Bardi, Luís Barragán, Oscar Niemeyer e Aldo van Eyck já tenham desenvolvido propostas para uma arquitetura mais ecológica, foi a partir de meados dos anos 90 que esta tendência começou a se fortalecer. Isto se deve, sobretudo, pelo fato de que a partir daquele momento torna-se perceptível a escassez de recursos naturais, a extinção de algumas espécies animais e as mudanças climáticas. O homem neste momento, começa a perceber a fragilidade do meio ambiente e a arquitetura começa a agir sobre o assunto.
Com isso, nos últimos anos, projetos têm sido propostos em todo o mundo para a construção de edifícios verdes, redução de consumo energético, o uso de materiais menos impactantes e até mesmo projetos de montanhas artificiais. É a arquitetura passando a recriar a natureza.
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ACADEMIA DE CIÊNCIAS DA CALIFÓRNIA
Como exemplo de arquitetura recriar a natureza, podemos citar o projeto do arquiteto italiano Renzo Piano na Academia de Ciências da Califórnia, onde foi criado um dos mais interessantes exemplos de arquitetura baseada o respeito e cuidado da ecologia. Neste edifício, o arquiteto integrou ciência, arte, história e ecologia em uma estrutura que simula as sete colinas da cidade de São Francisco em uma área de 10.000 metros quadrados. O interior dos montes, cobertos de vegetação endêmica, abriga um centro de pesquisas, um museu, dois restaurantes, um cinema 3D, lojas e um planetário. Além de aviário, aquário e o maior recife de corais já construído em cativeiro.
O edifício de Piano é quase todo verde. Possui, ainda, um sistema de instalações que impacta minimamente o meio ambiente e gera sua própria energia elétrica. Com isso, permite que o edifício tenha sempre temperatura e umidade excelentes sem recorrer a meios artificiais.
SPA JARDINS FLUTUANTES
O SPA Jardins Flutuantes projetado por Anne Holtrop, em colaboração com a empresa de arquitetura ecológica Studio Noach e o botânico Patrick Blanc é outro que vai neste sentido. Foi muito além de construir um edifício. Foi capaz de gerar uma paisagem em uma ilha artificial de um grande jardim flutuante. O local é convidativo a brincar em suas colinas cobertas de diferentes tipos de flores e vegetação.
Dentro das colinas, os jardins flutuantes abrigarão as áreas privativas de SPA – banheiros, saunas e salas de massagem. O que dentro funciona como paredes e tetos, do lado de fora é percebido como uma topografia sinuosa, de diferentes tamanhos e alturas. A intenção é que as pessoas que visitam o SPA possam ir de cima para baixo e de forma contínua. No entanto, sem perder o contato com a água, com a vegetação e com a arquitetura.
PROJETO ECORIUM
O Instituto Nacional de Ecologia da Coreia do Sul, ou Projeto Ecorium, é outro projeto de eco-arquitetura cujo objetivo é a criação de um parque ecológico. O local é orientado para o estudo dos ecossistemas existentes naquele país e a interação entre arquitetura e biodiversidade. A estrutura, por sinal, possui uma série de domos interconectados que abrigam simulações de diferentes ecossistemas.
Além disso, o projeto é autossuficiente em energia. Isto ocorre por meio do uso de um sistema inteligente que segue o deslocamento do sol. Assim, é possível ajustar as condições climáticas internas dependendo das condições externas e com isso criar um microclima em todas as áreas do interior.
O Projeto Ecorium abrange aproximadamente 33.000 metros quadrados e inclui uma extensa variedade de plantas silvestres. Há ainda, uma grande reserva de terras úmidas.
MONTANHA NO CENTRO DE BERLIM PRETENDE RECRIAR A NATUREZA
Um dos projetos mais polêmicos sobre a arquitetura recriar a natureza, talvez seja o Berg do alemão Jakob Tigges. Consiste na maior montanha artificial do mundo. A proposta, portanto, é a de construir uma montanha de 1 quilômetro de altura bem no centro de Berlim. Para qual objetivo? Tornar-se um grande habitat urbano de espécies de animais e plantas nativas da região.
A imagem do projeto é impressionante, não só por causa das proporções. Mas principalmente por contrastar totalmente com a arquitetura da cidade. Nesse caso, diferentemente do que geralmente acontece, o natural, ou pelo menos a ideia, rompe o ambiente.
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