A arquiteta que projetou a Estação Espacial Russa
O trabalho das arquitetas, em geral, é bastante ignorado. Esta é uma triste realidade a qual ofusca projetos primorosos e geniais. Até mesmo o fato de que Estação Espacial Russa (MIR) foi projetada por uma mulher: Galina Balashova. E em plena Guerra Fria! Não sei se houve um cargo análogo nos Estados Unidos, mas o certo é que Balashova fez arquitetura em um campo fechado, exclusivo e com total predominância de homens: o da engenharia espacial.
Galina nasceu em 1931, na ex-URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), sendo filha de um guarda florestal e uma dona de casa da região de Moscou. Seu tio paterno, no entanto, era arquiteto e ela foi criada em uma família aficionada por desenhos. Não é de se estranhar que acabou por estudar no Instituto de Arquitetura de Moscou. Após formar-se em 1955, seu destino foi a cidade de Kuibyshev.
Um ano depois, casou-se com um jovem físico que trabalhava na OKB-1, o Escritório de Projetos Experimentais. Seu engenheiro-chefe, seria o responsável direto pelo foguete o qual colocaria em órbita o Sputnik – primeiro satélite artificial da história. E também por lançar Yuri Gagarin ao espaço. Graças a posição de seu marido, Galina Balashova entrou também ao Escritório para projetar de edifícios.
GALINA BALASHOVA, ARQUITETA DA ESTAÇÃO ESPACIAL RUSSA
Em 1963 foram apresentados os planos de construção do módulo orbital de Soyuz. Tratava-se de um lugar pequeno, equipado com o mínimo necessário. O desenho de interiores do módulo recaiu a Galina, a única especialista para isto em todo o Escritório. A primeira versão do projeto foi feito em um fim de semana em sua casa. Posteriormente fez outros dois, sendo o terceiro aprovado em 1964.
A partir de então ficou responsável por projetar e supervisionar o interior de diversas outras naves. Após a Soyuz, veio a MOS (Moon Orbital Spaceship). Depois veio a versão UNION-T da Soyuz entre 1969 e 1971 e o compartimento orbital do programa “Soyuz – Apollo” entre 1971 e 1975. Galina Balashova continuou trabalhando até o final dos anos 80 com a estação espacial Saluit 6 e por fim a MIR.
O objetivo sempre foi projetar espaços pequenos os quais deveriam funcionar bem na gravidade zero. Entre suas contribuições destacam-se a introdução do velcro como sistema para fixação de objetos ou um código de cores como sistema de orientação e referência, diferenciando o solo (verde) das paredes (amarelo e azul nas seções de trabalho) e cinza nos demais espaços.
Desde 1990 aposentou-se e dedica seu tempo à pintura de aquarelas. Permaneceu como perfeita desconhecida até a publicação do livro Galina Balashova – Arquiteta do Programa Espacial Soviético. Uma exposição sobre sua vida também acontecem em Frankfurt, na Alemanha. Em sua página da Internet é possível ter maiores detalhes sobre seus projetos.
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